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1 de Maio de 2024

Decisão do TST: Candidato aprovado em cadastro de reserva tem direito à nomeação

há 8 anos

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre) a nomear um eletricista aprovado em concurso público para a formação de cadastro de reserva, por entender que a empresa, ao contratar terceirizados no prazo de validade do concurso para as mesmas atribuições, converteu a expectativa de direito em direito subjetivo.

O candidato foi aprovado em 18º lugar para o cargo no concurso público promovido pela Eletroacre, integrante da administração pública indireta do Acre, em 2010, que previa uma vaga para ocupação imediata e a inclusão dos demais aprovados em cadastro de reserva. Na reclamação trabalhista, o eletricista afirmou que a empresa decidiu contratar terceirizados, e pediu fosse declarado seu direito à nomeação, com a condenação da Eletroacre ao pagamento dos valores relativos aos salários que deixou de receber.

O Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (RO/AC) manteve sentença que julgou o pedido improcedente, por entender que o fato de a empresa não ter eletricistas suficientes para atender sua demanda e contratar empresas terceirizadas para consecução da sua atividade fim não comprovaria, por si só, a existência de cargos vagos, pois estes têm previsão legal".

No recurso ao TST, o candidato reiterou sua tese de que a manutenção de terceirizados dentro da validade do concurso, para desenvolver as mesmas atividades do cargo para o qual se realizou concurso, em detrimento dos aprovados para cadastro de reserva, afronta o artigo 37, inciso II, daConstituição Federal.

Segundo o relator, desembargador convocado, Marcelo Lamego Pertence, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça têm entendido que a contratação precária de pessoal, na validade do concurso público, por comissão, terceirização ou contratação temporária, para as mesmas atribuições do cargo ali previsto, configura preterição dos candidatos aprovados, mesmo fora das vagas do edital ou para preencher cadastro de reserva. Uma vez configurado, como no caso, o desvio de finalidade do ato administrativo, o relator observou que"a expectativa de direito convola-se em direito subjetivo à nomeação".

A decisão foi unânime.

(Lourdes Côrtes/CF)

Processo: RR-1197-50.2011.5.14.0402

Fonte: site TST

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2 Comentários

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De fato os concursos públicos, ou mesmo no âmbito privado, pecam quanto a uma conduta responsável. Transformaram-se num caixa 2 das instituições. Não se pode esquecer que o "concurseiro" investiu tempo, dedicação e dinheiro para concorrer à vaga crendo naquilo que foi ofertado por meio da propaganda. Assim não se pode tolerar que a instituição arrecade o dinheiro destes e simplesmente após contrate terceirizados, pois isso poderia até ser proposital, e tendo em vista um eventual grande número de inscritos, até mesmo custeada com o tal caixa 2. continuar lendo